Aos 6 anos, Bruno não demonstrava emoções nem vínculo
afetivo. Só apatia. Depois o garoto se tornou agitado e manipulador. A mãe,
Jussara, o levou a vários médicos no ABC paulista. Todos disseram que era
apenas ansiedade. E Bruno foi ficando cada vez pior – tentou suicídio 3 vezes.
Depois dos 18, finalmente recebeu um diagnóstico concreto: transtorno de
personalidade. “Eles [os médicos] disseram que meu filho não pode viver em
sociedade. Foi duro escutar isso.” Mãe de 4 filhas mais novas, Jussara diz que
o melhor para Bruno seria permanecer internado. “O problema é que as clínicas
não o aceitam. Além dos laudos médicos, já precisei de várias liminares para
que o internassem”, afirma. Entre um hospital e outro, Bruno se envolveu
romanticamente com duas enfermeiras, uma das quais o ajudou a fugir. “Ele nunca
fez mal aos outros porque a família agiu desde cedo para contê-lo, com remédios
e internações”, diz a mãe. Hoje com 24 anos, o rapaz está desaparecido há um
mês. “Provavelmente virou um andarilho”, acredita Jussara, que teme ser
responsabilizada por atos violentos do filho contra outras pessoas. “E se
amanhã acontecer alguma coisa na rua, como os casos monstruosos que vemos na
TV, a culpa vai ser de quem?”
“A maioria dos especialistas é despreparada. Sempre diziam
que o problema era da criação. E meu filho foi piorando.” – Jussara, 40 anos,
professora, mãe de Bruno, 24 anos.
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