Aos 9 anos, o paulista Bernardo enforcou a empregada de sua
casa usando uma gravata que pertencia ao pai. Ele passou a gravata em torno do
pescoço da mulher, fez um laço num cano e puxou. Bernardo não chegou a
suspender sua vítima. Ela desmaiou e acabou se enforcando com o próprio peso.
Um ato de crueldade inimaginável – e que se encaixava na personalidade
psicopata do garoto.
“O menino apresentava um distúrbio de comportamento
violentíssimo. Esfregava fezes na parede ou as atirava nas pessoas. Também
tinha perversões sexuais com crianças do mesmo sexo”, revela, sob anonimato, o
médico que o atendeu. “O garoto não era vítima de pedófilos maiores de idade.
Ele é que tomava a iniciativa das ações sexuais. Pegava pedaços de madeira para
empalar outras crianças, por exemplo.” O caso da empregada foi abafado pela
família, e não houve punição para Bernardo.
Assim como ele, os psicopatas têm uma gama de sentimentos
reduzida. Não sentem ternura, amor, solidariedade ou tristeza. “Vivem num
pêndulo entre duas emoções básicas: o entusiasmo (para buscar os objetivos) e a
ira (quando se frustram por não realizá-los)”, diz o psiquiatra Hugo Marietan.
“Mas estudam os sentimentos das outras pessoas com o objetivo de manipulá-las”.
O choro do psicopata não é espontâneo, e sim puro teatro para conseguir alguma
coisa. Ele despreza os colegas ao vê-los rindo ou chorando. Um outro jeito de
ver a vida. “Ele atirava fezes nas pessoas e praticava atos sexuais com outras
crianças.”
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