Idade Média. Tempo de cavaleiros, reis, rainhas, e claro
muito sangue, advindos não só das típicas batalhas daquela época, mas também,
de alguns métodos de tortura bem bizarros. Isso mesmo, as torturas eram
administrada pela Igreja Católica que, criou o Tribunal do Santo Ofício (que
parece menos inofensivo se chamado por seu nome mais conhecido: Inquisição),
que não por coincidência foi criado na mesma época que o protestantismo começou
a assombrar a supremacia dos Católicos, por volta do século XVI. O tribunal,
que de santo só tem o nome, foi criado
para perseguir os hereges, aqueles que contrariavam os dogmas da igreja, como
os mentirosos, adúlteros, os acusados de "bruxaria" ou simplesmente
aqueles que apareciam com uma explicação científica para substituir a
explicação religiosa tradicional imposta pela igreja. Um exemplo de um famoso
herege foi Galileu Galilei que, para não ser morto, teve de voltar atrás nas
suas descobertas sobre a questão da translação da Terra, porque suas teorias
iam de encontro ao pensamento (errôneo) imposto pela Igreja de que a terra era
o centro do universo.
"Não permitirás que viva uma feiticeira".
(Êxodo – Cap. XXII – Versículo XVIII)
Durante a atuação da Santa Inquisição em toda a Idade Média,
a tortura era um recurso utilizado também para extrair confissões dos acusados
de pequenos delitos, até crimes mais graves. Diversos métodos de tortura foram
desenvolvidos ao longo dos anos. Os métodos de tortura mais agressivos eram
reservados àqueles que provavelmente seriam condenados à morte.
Além de aparelhos mais sofisticados e de alto custo,
utilizava-se também instrumentos simples como tesouras, alicates, garras
metálicas que destroçavam seios e mutilavam órgãos genitais, chicotes,
instrumentos de carpintaria adaptados, ou apenas barras de ferro aquecidas. Há
ainda, instrumentos usados para simples imobilização da vítima. No caso
específico da Santa Inquisição, os acusados eram, geralmente, torturados até
que admitissem ligações com Satã e práticas obscenas. Se um acusado denunciasse
outras pessoas, poderia ter uma execução menos cruel.
Os inquisidores utilizavam-se de diversos recursos para
extrair confissões ou "comprovar" que o acusado era feiticeiro.
Segundo registros, as vítimas mulheres eram totalmente depiladas pelos torturadores
que procuravam um suposto sinal de Satã, que podia ser uma verruga, uma mancha
na pele, mamilos excessivamente enrugados (neste caso, os mamilos
representariam a prova de que a bruxa "amamentava" os demônios) etc.
Mas este sinal poderia ser invisível aos olhos dos torturadores. Neste caso, o
"sinal" seria uma parte insensível do corpo, ou uma parte que se
ferida, não verteria sangue. Assim, os torturadores espetavam todo o corpo da
vítima usando pregos e lâminas, à procura do suposto sinal.
No Liber Sententiarum Inquisitionis (Livro das Sentenças da
Inquisição) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331)
descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o
enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro. Dentre os descritos na obra
e utilizados comumente, encontra-se tortura física através de aparelhos, como a
Virgem de Ferro e a Roda do Despedaçamento; através de humilhação pública, como
as Máscaras do Escárnio, além de torturas psicológicas como obrigar a vítima a
ingerir urina e excrementos.
De uma forma geral, as execuções eram realizadas em praças
públicas e tornava-se um evento onde nobres e plebeus deliciavam-se com a
súplica das torturas e, conseqüentemente, a execução das vítimas. Atualmente,
há dispostos em diversos museus do mundo, ferramentas e aparelhos utilizados
para a tortura.
Roda do Despeçamento
Uma roda onde o acusado é amarrado na parte externa. Abaixo
da roda há uma bandeja metálica na qual ficavam depositadas a brasas. À medida
que a roda se movimentava em torno do próprio eixo, o acusado era queimado pelo
calor produzido pelas brasas. Por vezes, as brasas eram substituídas por
agulhas metálicas. Este método foi utilizado entre 1100 e 1700 em países como
Inglaterra, Holanda e Alemanha.
O Touro de Bronze

Esse instrumento de tortura foi desenvolvido ainda na Grécia
Antiga, por tanto é o único do post que não foi utilizado pela Inquisição, mas
está aqui pois é um dos mais interessantes. O Touro foi criado por Periollos de
Atenas, uma das primeiras pessoas a desenvolver a arte de moldar o bronze. Ele,
porém, usou seus conhecimentos para criar um dos mais horripilantes
instrumentos de tortura, o qual era constituído por um touro feito de bronze
grande o bastante para caber uma pessoa deitada lá dentro. Embaixo do touro
havia uma porta para que o condenado fosse introduzido no seu interior e, em
seguida, a porta era fechada e um carrasco acendia uma espécie de fogueira por
debaixo do touro fazendo com que esse ficasse vermelho de tão quente. O condenado
morria assado dentro do instrumento de tortura e Periollos ainda teve o cuidado
de abrir orifícios na boca do touro para que quando o condenado gritasse, o som
soasse como um touro furioso.
Arranca Seios
Este é um instrumento usado primordialmente em mulheres,
geralmente acusadas de abortos ou de adulterarem. Seu uso era simples, e
consistia em esquentar o aparelho numa fogueira, prende-lo no seio exposto da
vítima, e depois arranca-lo vagarosa ou lentamente, dependendo do que o
inquisidor queria causar. Logo depois se deixava a mulher sangrando para que
pudesse morrer de hemorragia, ou que fosse levada a loucura pela dor.
Burro Espanhol
A vítima era colocada nua em uma sela de madeira em forma de
V e com pesos acorrentadas a seus pés,
forçando o corpo da vítima para baixo, rasgando-o gradativamente ao meio.
Serra
A imagem já explica toda a diabrura desse instrumento, mas
tem um adendo: o fato da vítima ser virada de cabeça pra baixo tem uma
explicação científica. Com o sangue descendo todo para o cérebro, a vítima não
desmaiava enquanto sofria de dores extremas, como é normal no corpo humano. Ao
invés disso, ela só morria quando a serra chegava no abdômen, quando os
serradores paravam, e esperavam que a pessoa terminasse sua agonia, o que
poderia durar horas. Seu uso era muito incentivado pelo fato de serras serem
baratas e facilmente encontradas em muitos cantos.
Garfo

Haste metálica com duas pontas em cada extremidade
semelhantes a um garfo. Presa por uma tira de couro ao pescoço da vítima, o
garfo pressiona e perfura a região abaixo do maxilar e acima do tórax,
impedindo a pessoa de abrir a boca para falar. Este instrumento era usado como
penitência para os mentirosos, principalmente.
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