Alucinações, todos tem uma alucinações, mas minha alucinação
passou a ser fobia. Minha fobia é bonecas. Esse medo começou quando ainda tinha
meus 6 anos. E você? Tem uma fobia? (Ainda acho que foi uma alucinação quando
eu vi aquela boneca se mexendo, mas, prefiro não correr o risco.)
As alucinações, por falta de melhor referência, foram
descritas pelos pacientes humanos, cobaias de experimentos de estimulação
cerebral, como semelhantes aos sonhos, que por sua vez eram uma incógnita. Isto
causou grande confusão no início, hoje sabemos serem muito distintos (Nota da
adaptação, ver monografia sobre sono no volume 2 da Revista de
Psicofisiologia). Podem envolver áreas cerebrais da visão, audição, olfato,
tato e até combinar vários sentidos simultaneamente e centralmente, quando a
impressão de outra realidade será esmagadora. As alucinações podem ser
socialmente determinadas, e há casos de muitas pessoas "presenciarem"
juntas eventos que nunca ocorreram.
Existem duas
maneiras de encarar as alucinações, e ambas têm profundas raízes na história do
pensamento. Alucinações sempre suscitaram espanto e às vezes mais do que isso,
porquanto afetam decisões pessoais e políticas, por vezes com resultados
bizarros e terríveis.
Para o místico,
alucinações são vislumbres de um outro mundo de realidade e verdade. Para tais
pensadores, o cérebro é um estorvo ao entendimento - um filtro entre nós e uma
realidade suprafísica, só nos permitindo ver essa realidade claramente quando
sua função normal é perturbada por drogas, doença ou inanição. Para as pessoas
mais realistas, entretanto, incluindo os filósofos empíricos, o cérebro só
merece confiança quando goza de boa saúde, e as alucinações, embora
interessantes e talvez sugestivas, não passam de produtos aberrantes do cérebro,
de que devemos desconfiar, ou que devemos temer. Aldous Huxley, em As Portas da
Percepção, representa e descreve de um modo sumamente vivido: o ponto de vista
do místico, mas a maioria dos neurologistas e filósofos sustenta que a verdade
deve ser encontrada através dos sentidos físicos, ao passo que um cérebro
perturbado não é idôneo nem merecedor de confiança.
As alucinações,
segundo se apurou, também ocorrem quando as pessoas estão isoladas em
confinamento solitário, numa prisão, ou experimentalmente, em câmaras isoladas,
onde a luz é mantida muito baixa ou difusa com a ajuda de óculos especiais, e
nada acontece durante horas ou dias a fio. Parece que, na ausência de
estimulação sensorial, o cérebro pode desvairar* e produzir fantasias que o
dominem, pelo efeito da desinibição. É possível que isso seja parte do que
acontece na esquizofrenia, quando o mundo externo faz pouco contato com o
indivíduo, de modo que este se encontra efetivamente isolado. Esses efeitos do
isolamento são interessantes não só do ponto de vista clínico; eles podem
apresentar certos riscos na vida normal. Homens podem ficar efetivamente
isolados durante horas, com muito pouco que fazer, em situações industriais,
quando a responsabilidade é retirada do operador e entregue a máquinas
automáticas que só necessitam ser checadas ocasionalmente; e na navegação
solitária a vela e nos vôos espaciais também pode ocorrer o isolamento. Os
riscos são razão suficiente para enviar mais de um homem ao espaço em cada
viagem.
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